terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

silêncio

Calamo-nos um no outro.
Porque o meu olhar é da dimensão de tudo o que vejo e tudo o que vejo são manhãs de sol, manhãs de sol e manhãs de sol, com a dimensão das noites de olhos fechados.
Calamo-nos.
Silêncio teu. Silêncio imperceptível. Silêncio agarrado ao corpo que ensinaste a fundir-se nas coisas para que nunca percebam que aqui estou... para que eu ocupe muito pouco lugar no mundo... para o mutismo que chega, alastra para o exterior do corpo e para o interior da cabeça, no interior do crânio, no interior do sangue, cujo correr aprendi a silenciar. Frases. Palavras soltas e memórias antigas que desalojo para bem longe da ponta da tua língua.
Sabes? O silêncio faz-nos parecer mais sábios do que aquilo que realmente somos.
Preparo-me para me preparar para estar preparado... há um turpor em redor da minha pele.

Nenhum comentário: